Pesquisas relacionam cancro com as Linhas de Alta-Tensão
Estudo publicado pelo British Medical Journal revela que a ocorrência de leucemia é 70% superior em crianças que moram perto de Linhas de Alta-Tensão
Os investigadores da Universidade de Oxford - Reino Unido, avaliaram mais de 29 mil crianças com câncer - entre elas 9700 com leucemia - nascidas entre 1962 e 1995 – medindo a distância entre a sua casa e a Linha de Alta-Tensão mais próxima. A equipa concluiu que as crianças que moram a menos de 200metros de Linhas de Alta-Tensão têm uma incidência 70% superior da doença.
Apesar de terem verificado existir uma correlação estatística, os investigadores afirmam não poder explicar ou comprovar a relação entre os campos electromagnéticos gerados pelas Linhas de Alta Tensão e a doença (vide observações).
Contudo a associação britânica “Children with Leukaemia” reclama que devem ser estabelecidas imediatas regras de planeamento para que se impeçam casas e escolas de existirem debaixo de linhas de alta tensão aéreas.
E diversos estudos recentes demonstram alterações do comportamento celular em situações de exposição a campos electromagnéticos equivalentes aos gerados sob Linhas de Alta Tensão.
Enquanto no Reino Unido a situação continua a ser discutida, em Itália e na Suíça desde 2000 que foram adoptadas medidas 10 vezes mais restritivas que em Portugal. O mesmo já acontece na Rússia há décadas.
Em 2001 a Agência de Protecção Radiológica australiana passou a aconselhar a que as pessoas com crianças escolhessem casas bem afastadas das Linha. No mesmo ano Juan Guerrero Herrero, de nacionalidade espanhola, apresentou uma petição ao parlamento europeu sobre radiações electromagnéticasque afectam o sistema imunitário dos habitantes de Cercs, Catalunha.
Mais informações em: http://news.bbc.co.uk/1/hi/health/3967073.stm; http://news.bbc.co.uk/1/hi/health/4602315.stm; (artigos na BBC)
Observações:
- A última Linha de Alta Tensão aérea que a Rede Eléctrica Nacional construiu foi um troço entre a Pontinha (CRIL-Odivelas) e o Alto de Mira (Amadora). A Linha passa a menos de 50m metros da escola primária da Quinta do Pinheiro. A Linha agora projectada passará também perto de diversas escolas (EB1 Colaride, EB23 Galopim de Carvalho).- Dr John Swanson, um dos investigadores do estudo, aponta uma explicação alternativa aos campos magnéticos para a ocorrência de uma maior percentagem de cancros em populações que moram junto a Linhas de Alta Tensão. Segundo este cientista,que é também conselheiro da "National Grid Transco" (a principal companhia britânica de energia), os resultados poderão estar relacionados com a maior pobreza das famílias que residem junto a Linhas Aéreas de Alta-Tensão. A construção de Linhas Aéreas de Alta Tensão em zonas urbanas estará assim associada a um indicador de pobreza e subdesenvolvimento de uma região. De facto, em zonas urbanas bem cuidadas, as Linhas de Abastecimento de Energia e outras infraestruturas pesadas são construídas preferêncialmente no subsolo, salvaguardando o ambiente e qualidade de vida dos residentes, como já acontece em Lisboa e Cascais.
posted by Olho Vivo @ 7:42 da tarde
20 Comments:
p.fzelem pelo futuro ambiente das nossas crianças.Obrigado...
De facto a instalação de linhas de alta em zonas urbanas ou áreas habitadas não deve ser encarada de forma leviana. As implicações para a saúde resultantes da exposição prolongada e continuada a radiações electromagnéticas deste tipo, são de há muito conhecidas. Os custos económicos para o erário público existirão sempre, ainda que em última instância sejam imputados ao ministério da saúde. Os custos para as populações no seu todo e para os cidadãos afectados não têm preço e a magnitude das consequências são inaceitáveis, quando existem soluções técnicas alternativas exequíveis mais seguras. Se é este o caso, subscrevo inteiramente a petição que abaixo assino.
A saúde é um bem que não dura sempre, enquanto cá andar-mos temos o dever de a preservar a todo o custo.
Respeitem a qualidade de vida e a saúde publica.Seremos sempre maus em tudo?Basta!
Sr. Ministro
Alertamos para o facto de não cometerem o maior erro político de criar mais problemas a uma população que que anda sobre grande pressão. Falamos da população da linha de Sintra, que passou décadas a ser sempre a população que pagava sempre pelos erros dos outros, lixeiras, trânsito, fábricas, etc...
Sr. Ministro para o bem da estabilidade governamental não obrigue centenas de milhares de eleitores a irem para a rua lançar o caos, estamos fartos de perceber que somos considerados como cidadãos de terceira categoria. Mas acredite que desta vez não somos a solução mais fácil, somos honestos, sofredores, mas basta de sermos sempre nós de Sintra a pagar tudo, acredite que desta vez vamos reclamar os nossos direitos.
Pela nossa vida vamos lutar de certeza!
Gostaria de saber porque as linhas de muita alta tensão (220 kv) não foram subterradas ao mesmo tempo das linhas de média ? dos moinhos da funcheira - Amadora
A ausência de promoçâo da discussâo pública é algo que nos deve preocupar muitíssimo. É nosso e para nós este fornecimento de energia, nâo de um qualquer interesse económico.
A linha é altamente prejudicial à saúde humana. Existem muitas outras alternativas sem danificarem o ambiente e a saúde humana.
cheira-me que que tomou esta iniciativa tem a casa dele(a) debaixo das linhas dai por toda a malta ao barulho..
isto não vai lá com palavrinhas mansas nem com abaixo-assinados. Se necessário for cortaremos o IC19.
O teu blog é interessante, e ainda mais o artigo que colocas-te pela sua pertinacia.
Mas repara que desde que Tomas Edison decidiu inventar a lâmpada que vivemos rodeados de electricidade.
Até neste momento em que te estou a escrever isso sucede.
Mas devemos cada vez mais lutar para que a electricidade chegue a nossa casa, ao nosso trabalho, a qualquer lado limpa.
Fica bem
Ah! já me esquecia acado de-te acrescentar á lista de sites do meu blog
Fica bem
O próprio artigo revela que os investigadores não chegaram à conclusão que o aumento de probabilidade de doença se devia à presença das linhas de alta.
Como alguém que está dentro da área do transporte de energia digo-vos o seguinte: não está provado que faz mal mas se puderem não se aproximem. Penso que não será preciso dizer muito mais, para bom entendedor meia palavra basta.
Não posso afirmar que esteja convosco nesta luta pela passagem subterrânea da linha, solução que acarreta custos elevadissimos, mas em todo o caso, não acho que seja de louvar a solução mais fácil.
Boa sorte a todos na vossa luta e que sejam bem sucedidos, e por favor não cortem o IC19.
Só gostaria de perceber qual o traçado das Linhas MAT (Muito Alta Tensão).
Moro na Urbanização dos Ulmeiros (a tal cor-de rosa, mesmo ao pé do Intermarché / Fabio Lucci e IC19) e queria saber se o traçado irá passar perto, ou não.
O traçado da linha encontra-se num post mais antigo neste mesmo site. De acordo com o que consegui perceber não irá passar perto dessa zona, no entanto para informação mais detalhada contacte o gestor do site.
Penso, no entanto, que pode ficar descansada porque a linha não irá afectar a sua qualidade de vida.
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
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Mesmo em Democracia, infelizmente, o lucro fala sempre mais alto. Estamos a regredir para um País sub-desenvolvido.
Destroem-se zonas verdes, "plantam-se" prédios aproveitando á exaustão do cm2, as próprias antenas colectivas que vão desaparecendo amenizando mais a paisagem parece ter deixado saudades aos sn.rs da EDP. Porque não embandeirarem os cabos de alta tensão com várias cores? Atenuaría o elemento estético e emprestaría ás urbanizações um ambiente de alegria? Considero importante que através da NET se divulgue ao máximo esta decisão cega que visa poupar dinheiro em troca das doenças cancerígenas que alastram cada vez mais. Eduardo
É preciso uma posição de força!
Só assim seremos ouvidos.
O Zé povinho em certas cidades é obrigado a tirar as antenas dos prédios porque existe uma norma comunitária...A REN prepara-se para colocar um emaranhado de cabos de muito alta tensão sobre as nossas cabeças com postes muito altos, que passam a poucos metros das nossas casas e para estes não existem normas...
Se temos alternativas, porquê prejudicar o bem estar dos cidadãos em troco de poupar uns tostões? Não apresentam lucros de milhões todos os anos?
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