terça-feira, maio 30, 2006

Postes de Alta Tensão não são "mobiliário urbano"!


Os postes da Linha de Muito Alta Tensão que a Rede Eléctrica Nacional prevê instalar em Belas, Agualva-Cacém e S.Marcos atigem os 75m de altura.
Mal comparada a altura, e apesar da terliça metálica em que pensam construí-los, não são objectos de design como a torre projectada por Eiffel, em Paris.
São estruturas pesadas concebidas atendendo ao ponto de vista estritamente funcional, para conseguir-se, com o mínimo custo, passar linhas aéreas de alta-tensão em zonas relativamente despovoadas e em que se considera não haver sensibilidade paisagística.
Não foram pensadas para a integrar um ambiente e paisagem de cidade. Não se enquadram em algo que se possa considerar como elemento que constitua uma mais valia para a imagem urbana nem são qualquer forma agigantada de "mobiliário urbano".
Mas a passagem aérea das linhas de Alta Tensão encontra-se muito provávelmente associada outros impactes, designadamente os associados à saúde humana (vide notícia abaixo).

Cada coisa no seu devido lugar: em Meio Urbano, respeite-se a qualidade de vida dos cidadãos, a saúde pública e a paisagem da Cidade e construam-se estas infraestruturas em condutas ou galerias.

Linhas Aéreas só em corredores fora do meio urbano e de forma a não perturbarem habitantes nem paisagens e ecossistemas especialmente sensíveis. É para isso que existe o ordenamento do território.

F.P.

sexta-feira, maio 26, 2006

Linha que vai percorrer zona urbana de Sintra traz riscos para a saúde


Alta-tensão ameaça qualidade de vida!
(Correio da Manhã, 17.12.2005)

A construção da 2.ª fase da linha de muito alta tensão (220 kv) Fanhões /Trajouce nos concelhos de Amadora, Sintra e Cascais terá um impacto "negativo e significativo para as populações residentes na proximidade da linha", revela o resumo não técnico do Estudo de Impacte Ambiental que ontem esteve pela última vez em consulta pública às populações.

O estudo destaca que haverá habitações a distâncias inferiores a 100 metros da linha nas seguintes localidades: Serra do Casal de Cambra (100 metros), Cacém (50 metros) Bairro da Chutaria (60 metros), Bairro João da Nora (75 metros), Papel (25 metros) e Ligeira (25 metros).A passagem aérea "dos cabos de alta tensão induz perturbações nas populações devido à redução da qualidade de vida", sustenta o trabalho que adianta que "um dos principais impactes negativos resulta da passagem aérea sobre oito habitações, em Serra da Silveira, e sobre uma habitação, na vertente esquerda do Vale do Rio Jamor, Sul do Bairro do Pomar Chaves.A EVITAR CONTACTOO presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública, Mário Jorge, defende que "deve ser evitada" a presença de habitações próximas de linhas de alta tensão. "Para além de um acréscimo do ruído e das consequências negativas da eventual quebra de um cabo ou derrube de um poste, é também preciso levar em conta os campos magnéticos", disse."Os estudos existentes são contraditórios, mas existem investigadores que defendem que a presença de linhas de alta tensão aumentam os riscos de leucemia nas crianças que estão sistematicamente sujeitas a estes campos", acrescentou."Com preocupação" é como, por sua vez, o ambientalista Carlos Moura encara a construção desta linha que rodeia, a Sul, a cidade de Agualva-Cacém. (Colaride)"Iremos estar de novo com uma área urbana exposta aos campos magnéticos, como ocorreu, em 2004, com o sublanço Fanhões/ /Sete Rios [Lisboa]", sublinhou.Apesar dos potenciais riscos para a saúde, a não construção da nova linha pode provocar um mini-apagão nos concelhos de Cascais e Sintra. A Rede Eléctrica Nacional (REN) defende que esta obra é prioritária porque "o consumo de energia eléctrica – com destaque para os concelhos de Sintra e Cascais – apresentou elevadas taxas de crescimento".Se a obra não for concretizada, "estudos conjuntos da REN com a empresa de distribuição evidenciam um quadro de ruptura com a actual capacidade de transporte e de transformação". O documento acrescenta que o abastecimento à parte Ocidental da Grande Lisboa é conseguida através de apenas duas linhas de 220 kv. Isto significa que caso uma delas falhe, a outra terá de servir toda a carga. "Tarefa ainda possível na actualidade embora com algumas dificuldades", lê-se.
MAIOR INCIDÊNCIA DE CANCRO
A organização de defesa do consumidor (Deco) alerta para os perigos de se conviver diariamente com linhas de alta tensão. O S.O.S. Consumidor divulga: "De acordo com estudos realizados por diversas entidades, entre as quais a Organização Mundial de Saúde [OMS], existe uma maior incidência de doenças [nomeadamente doenças cancerígenas, como a leucemia] em populações que vivem junto a cabos de alta tensão. Contudo, não está provado que tal se deva exactamente aos cabos de alta tensão." A Rede Eléctrica Nacional discorda da influência nefasta da alta tensão na saúde pública. "A alta tensão não tem qualquer relevância particular nos campos electromagnéticos." E garante que a monotorização dos equipamentos é efectuada com regularidade. CONSUMO SUPERIOR À MÉDIA DA UEO consumo privado de energia eléctrica em Portugal tem registado crescimentos médios superiores aos registados na União Europeia (UE). Segundo números divulgados pela Entidade Reguladora do Sector Eléctrico (ERSE), entre 1983 e 1993 a taxa média anual registou uma subida de 3,2 por cento contra 2,4 por cento na UE. Entre 1993 e 2003, essa diferença foi diminuindo com um crescimento anual médio de 2,5 por cento em Portugal, contra os 2,2 por cento da União Europeia. A partir de 2000, as taxas de crescimento começaram a ser inferiores às registadas na União Europeia, reflexo da crise económica. RADIAÇÕES MOTIVAM PROTESTOO medo de possíveis efeitos nefastos para a saúde por causa das radiações emitidas pelas linhas de alta tensão tem provocado acções de protesto das populações de Norte a Sul do País. Em São Brás de Alportel a contestação sobe de tom sempre que se iniciam os trabalhos de construção do corredor Tunes/Estói. Em Lisboa, a organização ambientalista Quercus levantou sérias críticas à construção do sublanço Fanhões/Sete Rios, concluído no ano passado.A existência de uma escola e de habitações a menos de 25 metros da linha na Quinta do Pinheiro, na Pontinha (Odivelas), é contestada pela Quercus que lamenta não ter havido um estudo de impacte ambiental neste sublanço. De acordo com a lei, a reduzida extensão do percurso não obriga à realização desse estudo.Contestada foi também a construção da linha da EDP entre Lavos e Carriço. A colocação do último poste, em 2002, em Silveirinha Grande, Pombal, levou à concentração de uma centena de populares em protesto que foi impedida pelos agentes da GNR de entrar nos terrenos.Segundo Filipe Pedrosa da Olho Vivo, o Instituto do Ambiente recusou a realização de sessões de esclarecimento, pelo que os ambientalistas temem a ocorrência de "controvérsias na fase de construção quando os cidadãos se aperceberem dos impactos da linha para Trajouce". PARQUE DO COLARIDE EM PERIGOOs ambientalistas defendem a apresentação de corredores alternativos para o abastecimento de electricidade a Trajouce. "O Estudo de Impacte Ambiental só apresentou uma solução alternativa, o que para nós é pouco", disse Filipe Pedrosa, da associação Olho Vivo. Por sua vez, Carlos Moura, do núcleo da Quercus de Lisboa, defendeu que, em áreas de forte presença urbana, deveriam ser estudadas soluções como "a instalação de cabos subterrâneos". Uma alternativa que levaria ao desaparecimento do ruído provocado pelos campos magnéticos.A linha que irá percorrer os concelhos de Amadora, Sintra e Cascais "é negativa ao nível do ruído de baixa frequência, o qual causa problemas de saúde mental às pessoas que habitam próximo dos cabos", sustentou o dirigente da Olho Vivo.No meio ambiente, Filipe Pedrosa salienta a ameaça de desvalorização do ambiente do futuro parque Natural e Cultural de Colaride. "A Câmara de Sintra aprovou em reunião de câmara a transferência de 1,5 milhões de euros para aquele que é chamado o pulmão de Agualva-Cacém e agora surge esta obra que pode comprometer parcialmente o objectivo de valorização ambiental e paisagística", disse. A passagem dos cabos de alta tensão ao lado das pegadas de dinossáurios de Carenque é outras das críticas apontadas.

João Saramago

quarta-feira, maio 17, 2006

Movimento Cívico reune Cidadãos e Associações

Na sequência do conhecimento da população da intenção da passagem, junto a zonas urbanas, de mais uma Linha Aérea de Muito Alta Tensão Fanhões-Trajouce, foi criado o Movimento Cívico pela passagem subterrânea das Linhas de Alta Tensão em zonas urbanas (MC-PSLAT).

Este Movimento tem como objectivos alertar as entidades responsáveis para a inadmissíbilidade de se continuar a instalar grandes estruturas de transporte de energia por via aérea em áreas urbanas, comprometendo a qualidade ambiental das nossas cidades e vilas e evitar que esta situação se repita agora em Belas, Agualva-Cacém, S.Marcos (Concelho de Sintra), Alto-de-Mira (Amadora) e Trajouce (Cascais); mas não esquece as linhas de Alta Tensão que já atravessam espaços densamente urbanizados, tais como Massamá Norte, S.Marcos, ou toda a várzea dos Concelhos de Loures e Odivelas, entre outros.

O Movimento de cidadãos conta já com o apoio directo de associações de moradores dos concelhos de Sintra e de Odivelas e das organizações não governamentais Olho Vivo, Quercus, Grupo Ecológico de Cascais e Lisboa Verde mas pretende estender a base de apoio a muitos mais cidadãos e entidades que se revejam no mesmo.

Para obter mais informações contacte o e-mail
olho-vivo.ambiente@sapo.pt

segunda-feira, maio 15, 2006

Assembleia de Freguesia de Agualva decide mobilizar população!


Decorreu na passada 6ª-feira, dia 12.05, uma reunião pública sobre o projecto de Linha de muito Alta Tensão Fanhões-Trajouce, troço que atravessará Belas, Agualva-Cacém, S.Marcos e a zona de Rio de Mouro.

A sessão foi organizada no âmbito de uma reunião extraordinária convocada pela Assembleia de Freguesia de Agualva na Escola EB1 e Jardim-de-infância de Colaride e contou com uma sala cheia de cidadãos, apesar da limitada divulgação.

A sessão começo com uma nota negativa formal pela comparecência das entidades responsáveis pela promoção do projecto (Rede Eléctrica Nacional) e pelo seu acompanhamento (Instituto do Ambiente e Câmara Municipal de Sintra) convidadas e agradecimento à Associação Olho Vivo que se disponibilizou para prestar esclarecimentos à população sobre o projecto.
A Associação ambientalista apresentou seguidamente um trabalho desenvolvido pelos seus técnico e colaboradores no âmbito do acompanhamento que está a realizar ao projecto (cujas imagens podem ser consultadas em baixo) e que permitiu a todos os presentes ficarem melhor elucidados sobre os impactes ambientais e paisagísticos significativos que a construção da Linha de muito Alta Tensão, tal como se está a planear (linha aérea), irá provocar.

Seguiu-se um período de intervenções do público (que decorreu com exemplar respeito pelos cidadãos, respeitando o tempo necessário para puderem colocar todas as suas questões).
Ficou patente a apreensão de todos face os prováveis riscos para a saúde humana da exposição contínua a ruídos de baixas frequências e a radiações, uma vez que o projecto prevê fazer passar a Linha de Muito Alta Tensão muito próximo de dezenas de habitações.

A forma obscura como decorreu a Avaliação de Impacte Ambiental do projecto e o respectivo Estudo de Impacte Ambiental mereceu também reparo e indignação de vários intervenientes (um estudo com um traçado quase ilegível, sem clareza na exposição dos principais impactes, ignorando a avaliação comparativa das alternativas fundamentais - designadamente as soluções enterradas.

Na intervenção dos eleitos locais foi salientada a omissão da Câmara Municipal de Sintra (que não se dignou a estar presente e que, quer na fase de elaboração do Estudo de Impacte Ambiental, quer na fase de consulta pública do mesmo, optou por não se pronunciar - demitindo-se das suas responsabilidades de salvaguarda do ordenamento do território municipal e qualidade de vida dos seus munícipes.
As possibilidades de intervenção que se colocam à Junta de Freguesia, designadamente o recurso aos tribunais através de um providência cautelar e a intervenção em diversas frentes foram também mencionadas.

A reunião da Assembleia culminou com a aprovação de um abaixo-assinado (proposta a toda a população), solicitando às entidades a consideração das vantagens da alteração do projecto para uma solução enterrada ou um traçado alternativo que não prejudique a qualidade de vida dos cidadãos. Todos concordaram ainda com a necessidade de tomar medidas no sentido de divulgar a situação e o abaixo-assinado.

quarta-feira, maio 10, 2006


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Degradação urbana - a repetição disto pode ainda ser evitada!

Troço de Linha com postes já construídos na localidade de Casal de Cambra (Sintra). Aspecto da degradação da qualidade de vida e paisagem urbana. Vista a partir da Serra da Carregueira - Belas.

quarta-feira, maio 03, 2006

Esclarecimento da população

Sessões de Esclarecimento realizadas
9 de Junho, na Escola EB1 de Colaride - Av. Monte da Tapada,Agualva
4 de Julho, na EB1do Casal do Cotão, S.Marcos
Face à carência generalizada de informação sobre este projecto da Linha de Muito Alta Tensão e à não organização de Sessões Públicas de Esclarecimento pelas entidades públicas responsáveis (ex.Instituto do Ambiente ou REN), a Associação Olho Vivo entendeu organizar estas duas sessões, com o apoio das Juntas de Freguesia de S.Marcos e de Agualva. Foram convidadas a participar e a prestar esclarecimentos a Rede Eléctrica Nacional e Câmara Municipal de Sintra, mas nenhuma de ambas compareceu.

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